Uma definição comum para impulsividade é: “ausência de comportamentos inibitórios que frequentemente resultam em atos impulsivos”. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, na sua quinta edição também classifica Impulsividade como: “tomadas de decisões disfuncionais em situações emocionalmente carregadas que envolvem urgência e comportamentos prejudiciais”.
O controle inibitório é um recurso cognitivo que nos permite evitar tomadas de decisões imediatas ao mesmo tempo que o cérebro faz um julgamento de recompensas momentâneas e futuras, este mecanismo está diretamente ligado a circuitarias frontoestriatais. Isso pode acontecer no nível do pensamento, bem como, em situações motoras, como por exemplo uma ação motora impulsiva que não teve um controle inibitório suficiente.
A impulsividade está relacionada a diversas situações, entre elas, o abuso de substâncias. Neurobiologicamente, já foi observado que existe uma intercessão entre os circuitos cerebrais e neurotransmissores envolvidos tanto na impulsividade quanto no abuso de substâncias. Entre estes circuitos estão, sistema regulatório mediado pelo córtex pré-frontal medial e ventral, sistema de recompensa mediado por vias dopaminérgicas do estriato ventral e mesencéfalo e o sistema de alerta/ameaça modulado pela amígdala.
A impulsividade pode ser dividida em quatro constructos, são eles: ausência de premeditação, ausência perseverança, busca por sensações e urgência.
A urgência (relacionado a tendência de responder irracionalmente a emoções negativas, resultando em desfechos problemáticos) tem sido associada a um recrutamento excessivo do córtex pré-frontal lateral resultando numa falha da autorregulação (ex levando ao abuso de substância). A ausência de premeditação tem sido associada com uma diminuição do volume da substância cinzenta da ínsula e putamen, regiões ligadas ao processo de tomada de decisão. A ausência de perseverança tem sido associada a um comprometimento do córtex do cíngulo anterior, que está relacionado a comportamentos de risco. A busca por sensações tem sido associada a regiões responsáveis por motivação, excitação, reforço como o córtex órbito frontal.
Reparem que os componentes desse constructo que estão relacionados a impulsividade, também estão relacionados a comportamentos que facilitam o abuso de substância como: falha na autorregulação, dificuldade em tomadas de decisão, comportamentos de risco, motivação, excitação e reforço.
A impulsividade é uma característica comportamental ligada a alguns transtornos entre eles: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno Bipolar, Transtorno Opositor Desafiador e Desvios de Conduta. Além dos transtornos, a impulsividade também está ligada a situações como doenças sexualmente transmissíveis, divórcio, mudança de empregos.
A seguir, vou deixar um questionário de autopreenchimento sobre impulsividade, veja como são as suas características e se você considerar que este comportamento possa repercutir negativamente na sua vida não deixe de procurar ajuda de um profissional.
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